sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Situação das crianças soldados



A Missão Conjunta da Organização das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (Unamid) anunciou ontem que um grupo armado sudanês concordou em parar de recrutar crianças soldados nas suas fileiras.
Segundo a Unamid, o grupo Liderança Histórica do Exército de Libertação do Sudão chegou a acordo com a missão e prometeu suspender o uso de crianças soldados.
A medida está de acordo com a resolução do Conselho de Segurança que proíbe a participação de menores em conflitos armados.
Ao assinar o acordo, o líder da facção em Darfur, Usman Musa, disse que o grupo não recruta crianças de forma sistemática e que muitas crianças perderam familiares no conflito e procuraram abrigo na facção. Segundo o líder, 120 crianças encontram-se nesta situação.
O porta-voz Usman Musa acrescentou que deu ordem para que todos os ataques a escolas e hospitais sejam proibidos e apelou ao fim “de todo e qualquer comportamento que leve à violência contra crianças, incluindo abusos sexuais e casamentos forçados”.
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas, pelo menos 15 grupos armados incluem crianças. O documento acrescenta que entre 2009 e Fevereiro deste ano, a Comissão de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração das Nações Unidas para o Norte do Sudão registou 1.041 casos de ex-crianças soldados na província de Darfur.
A Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) pediu medidas urgentes para evitar uma crise humanitária na fronteira entre o Sudão e o Sudão do Sul.

A FAO alertou que os confrontos na região estão a afectar a produção agrícola e que prevê uma redução significativa de alimentos nos estados do Nilo Azul e Kordofan do Sul.  As duas regiões são palco de combates entre tropas do governo e do Movimento de Libertação do Povo do Sudão do Norte.
A resonsável das operações de emergência da FAO, Cristina Amaral, disse que os recentes confrontos e a irregularidade das chuvas na região podem perigar a colheita do mês de Novembro. “É um misto de uma estação agrícola que não foi boa e de incapacidade de colher o pouco que produziu. A situação pode tornar-se muito mais grave”, alertou Cristina Amaral.
A FAO indicou que a fuga das populações adiou o plantio em Kordofan do Sul e que no Nilo Azul as populações foram forçadas a abandonar as suas culturas devido à eclosão dos combates. Segundo a organização, pelo menos 235 mil pessoas precisam de ajuda alimentar numa altura em que os confrontos coincidem com um período de escassez alimentar.
A organização acrescenta que os estados sudaneses do Nilo Azul e Kordofan do Sul, principais produtores do país, precisam de 3,5 milhões de dólares norte-americanos para operações de auxílio.
A FAO pede acção urgente face à ameaça de surtos de doenças animais e refere ter ocorrido interrupção na migração sazonal do gado nos dois estados, causando a concentração de rebanhos em diversas áreas ao longo das fronteiras.

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