sábado, 8 de dezembro de 2012

Cimi lança manifesto e denuncia os ‘decretos de extermínio’ atuais contra os povos indígenas

Com o objetivo de denunciar o genocídio, assassinatos e a violência, o Cimi lança o documento Povos Indígenas: aqueles que devem viver - Manifesto Contra os Decretos de Extermínio.
O manifesto foi apresentado durante audiência na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 4. Na ocasião, a Associação dos Juízes pela Democracia (AJD) e o Cimi entregaram manifesto subscrito por mais de 20 mil pessoas que aderiram à campanha Eu Apoio a Causa Indígena.
“Se durante a ditadura militar a resistência dos Waimiri Atroari ante a construção da rodovia transamazônica, na década de 1970, foi reprimida com bombas, metralhadoras e até armas químicas, hoje tal premissa genocida segue em curso na busca por uma identidade nacional desenvolvimentista, homogênea, sem a presença das comunidades em seus territórios tradicionais. Um exemplo é a construção de megaprojetos (estradas, hidrelétricas e projetos de mineração), que por onde passam deixam rastros de destruição e morte”, lê no site do Cimi.
O extermínio contra os indígenas continua através do confinamento dos povos e comunidades em terras insuficientes, da morosidade do governo na condução dos processos de demarcação das terras de povos que vivem em acampamentos provisórios, com o descaso na área da saúde e educação. Segue ainda na omissão do poder público diante das agressões cotidianas sofridas pelos povos, além da invasão do território tradicional por madeireiros, fazendeiros, narcotraficantes. A violência sistemática é cometida contra como um decreto de extermínio que nunca foi revogado pelas forças anti-indígenas. Alguns exemplos concretos podem ser apresentados, como é o caso do povo Xavante de Marãiwatsédé, no Mato Grosso, em luta pela extrusão do seu território invadido por fazendeiros. Também dos Guarani Kaiowá e Terena do Mato Grosso do Sul, expropriados de suas terras pelo agronegócio, vivendo em situações desumanas. No mesmo estado, os Kadiwéu tiveram suas terras demarcadas há mais de 100 anos e correm o risco de serem novamente expulsos.
Chamam também a nossa atenção as dezenas de acampamentos à beira de rodovias, espalhados na região sul do país, nos quais os povos Guarani e Kaingang enfrentam baixas temperaturas e o perigo dos atropelamentos. No Maranhão, os Awá-Guajá sofrem as mais diversas pressões, com destaque para assassinatos e invasões de terras homologadas.
Embora seja consenso a importância da pluralidade étnica e cultural, por outro lado não existem políticas concretas em defesa do modo de viver dos indígenas, em pese tais povos tenham seus direitos resguardados pela Constituição Federal. Após quase 40 anos (1974) da publicação do documento Y-Juca-Pirama: O índio aquele que deve morrer - que denunciou a política genocida do governo brasileiro e gerou impacto junto à opinião pública nacional e internacional, durante os anos da ditadura - muita das ameaças aos povos indígenas denunciadas pelo Cimi naquela ocasião ainda persistem.
O Cimi publica esse segundo manifesto no intuito de concretizar a profecia anunciada pelo Y- juca Pirama: “Chegou o momento de anunciar, na esperança, que aquele que deveria morrer é aquele que deve viver”.
O sumário do manifesto ainda traz um bloco de artigos sobre o projeto de vida dos povos indígenas, os principais documentos indígenas dos últimos 40 anos e a republicação do Y Juca Pirama, lançado em 1974. Como anexo, as terras e povos indígenas afetados pelos grandes empreendimentos.

Fonte: CIMI
Fonte: http://migre.me/chpzy


Obra da Infância e Adolescência Missionária avalia formação de coordenadores


Na tarde desta sexta-feira, 7, a 17ª Assembleia Nacional da Infância e Adolescência Missionária (IAM), que acontece em Brasília (DF) abriu espaço para conhecer o trabalho das quatro Pontifícias Obras Missionárias (POM) e avaliar a formação de coordenadores e assessores. Padre Camilo Pauletti, diretor nacional das POM falou sobre o apoio que as Obras dão para animação missionária e projetos nos regionais. O diretor avaliou também, os resultados da Campanha Missionária realizada todos os anos no mês de outubro. “Além das assessorias e programas de formação, as POM produzem diversos subsídios, em especial para a Campanha Missionária. É precisovalorizar o material enviado para as dioceses e ajudar as comunidades para que façam a sua parte. É bonito quando a comunidade investe na formação”, sublinhou padre Camilo. O secretário da Obra da Propagação da Fé, padre Marcelo Gualberto Monteiro, apresentou um relatório detalhado de todas as atividades e iniciativas daquela Obra durante o ano de 2012. “A Juventude Missionária é o carro chefe, mas as Famílias Missionárias começam a se organizar em diversas partes do Brasil”. Além disso, aproveitou a oportunidade para informar sobre os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude - JMJ Rio 2013 - que contará com a participação de jovens enviados pelas POM do Continente. Eles participarão da Semana Missionária especialmente organizada pelas POM que terão uma sede Missionária no evento.
“Nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE), os bispos estabelecem cinco urgências. A primeira é colocar a Igreja em estado permanente de missão. Isso está acontecendo de fato?” perguntou padre Sávio Corinaldesi, secretário nacional da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo. “Na Igreja, às vezes, brincamos com palavras achando que são verdadeiras”, prosseguiu padre Sávio. “Todos falam que são missionários, mas ninguém está saindo do Brasil para evangelizar em outras partes do mundo”. Ao falar sobre as Obras de São Pedro Apóstolo e União Missionária disse que estas enfrentam dificuldades para animar o clero. “Sem conversão não conseguiremos colocar em prática o que pede a Conferência de Aparecida que parte do encontro com Jesus Cristo. Tudo depende do enfoque que damos na catequese e na formação que estão mais propensas a formar sacerdotes e levitas, preocupados com o culto e as leis, do que samaritanos. Nosso trabalho deveria tornar as pessoas samaritanas engajadas na transformação do mundo”, destacou. As principais atividades com os seminaristas são a experiência missionária de férias e a organização dos Conselhos Missionários (COMISE). “Não dá mais para formar padres que não sejam missionários”.
A Assembleia debateu ainda sobre a importância da comunicação para a animação missionária aproveitando de comunicadores e meios disponíveis nas dioceses e estados. Durante o momento de oração, no final da tarde, foi rezado o Terço Missionário que lembrou contextos de Missão nos continentes. Em seguida, o secretário nacional da IAM, padre André Luiz de Negreiros, coordenador da Assembleia, teceu várias observações sobre os encontros de formação de coordenadores e assessores, de crianças e adolescentes da IAM que acontecem ao longo do ano nos regionais e dioceses. Padre André motivou o trabalho em equipe “para não sobrecarregar nem centralizar tudo numa pessoa”. O secretário deu várias orientações para melhorar os encontros de formação quanto à sua organização, coordenação, metodologia, idade dos participantes, tema de estudo, utilização dos subsídios e ambiente de trabalho. Recordou que, em 2013 acontece no Brasil o Ano da Infância e Adolescência Missionária (IAM) para marcar os 170 anos de sua fundação. Estão previstos congressos diocesanos, provinciais e estaduais, culminando com a realização de um Congresso Continental da IAM em 2014, em Aparecida (SP).
Os trabalhos prosseguem na manhã deste sábado, 8, com a participação da Irmã Marcela Davies, secretária nacional da IAM da Argentina que fará uma partilha sobre os trabalhos no país vizinho.

FONTE: http://migre.me/choZ2