No Iêmen, os três principais grupos armados atualmente ativos (os governistas Republican Guards e Central Security, e a First Armoured Division, da oposição), mantêm em suas tropas diversas crianças menores de 18 anos. Não se sabe qual é o número exato, mas estima-se em milhares. No estado setentrional de Sa'dah, centro do movimento rebelde al-Houthi, 50% dos combatentes governamentais e dos homens armados de al-Houthi são menores. Segundo as Nações Unidas, cerca de 20% dos combatentes de al-Houthi e 15% da milícia tribal filiada ao governo (Al-Jaysh Al-Sha'bi) são crianças.
Os rebeldes al-Houthi e os militares governamentais do Iêmen foram incluídos na "lista da vergonha", publicada no relatório anual das Nações Unidas deste ano sobre crianças-soldado, que aponta 57 grupos armados em todo o mundo que recrutam crianças-soldado ou cometem outros abusos contra os jovens. No país asiático, os jovens são colocados na linha de frente, enquanto as moças, recrutadas principalmente para se casar com membros do exército, são usadas para cozinhar ou prover às necessidades dos militares.
Os observadores da organização Human Rights Watch (HRW) consideram que o recrutamento de crianças acontece desde o início dos conflitos entre o governo do Iêmen e os rebeldes Houthi-led Shia a Sa'dah, em 2004. Diversas dezenas de crianças-soldado morreram nos atritos. No ano passado, registraram-se 42 mortes e 55 feridos, presumivelmente após os combates entre Al-Houthi e as milícias governamentais. Vinte e quatro ficaram feridos gravemente com bombas. Em abril passado, um porta-voz do UNICEF denunciou o crescente número de mortos entre menores no Iêmen, afirmando que de 18 de fevereiro de 2011 a 19 de abril de 2011, houve 26 vítimas. A lei iemenita estabelece que os membros do exército devam ser maiores de idade, mas os recrutadores modificam os documentos de identidade das crianças.
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