Cerca de 1,2 milhão de crianças são vendidas a cada ano por 10 bilhões de dólares, disse o Fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em um relatório que será publicado na quarta-feira.
"O tráfico é um verdadeiro problema global, que afeta todos os países em todos os lugares", disse o relatório, intitulado End Child Exploitation: Stop The Traffic (Acabe com a Exploração Infantil: Pare com o Tráfico).
O assunto chegou às manchetes da Grã-Bretanha na terça-feira quando a polícia prendeu 21 pessoas em conexão com um ritual de sacrifício de uma criança nigeriana cujo torso sem cabeça e sem membros foi encontrado boiando no rio Tâmisa há dois anos.
Acredita-se que o garoto, que a polícia deu o nome de Adam por falta de identificação, tenha sido levado clandestinamente para a Grã-Bretanha.
Segundo o relatório do Unicef, enquanto a Europa é o maior mercado para o comércio de crianças, o oeste da África e o leste europeu são os principais fornecedores, e há também um próspero negócio entre as regiões fornecedoras e na Ásia.
O relatório aponta ainda que 500.000 mulheres e adolescentes são comercializadas todo ano em todo o mundo, na maior parte dos casos em países da ex-União Soviética.
O preço de um mulher em uma cidade da Romênia, por exemplo, foi fixado em 49 dólares. De acordo com o Unicef, cerca de 200.000 crianças também são comercializadas a cada ano no oeste da África, tanto para entrar no comércio de exportação para a Europa, como para serem vendidas como empregadas domésticas.
O sudoeste da Ásia é responsável por um terço do comércio doméstico e internacional de mulheres e crianças, acrescentou o relatório.
Foi observado um aumento de 20 por cento na prostituição infantil na Tailândia nos últimos três anos, e 15 por cento das garotas comercializadas no sul do Vietnã tem menos de 15 anos.
Na China, 250.000 mulheres e crianças são vítimas do tráfico, afirma o relatório.
O comércio não se limita ao sexo feminino. Milhares de meninos com cerca de cinco anos são comercializados de Bangladesh, Índia e Paquistão para os Emirados Árabes Unidos todo ano para trabalharem como condutores de camelos.
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